Doses "cavalares" de vitaminas B podem atrasar e inclusive deter o Alzheimer em pessoas idosas, segundo estudo publicado na revista científica Public Library of Science One. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, com colaboração de cientistas noruegueses, descobriu que, caso sejam tomadas grandes doses do composto diariamente, a redução do tamanho do cérebro que acontece com a idade é atrasada. Em teste que durou dois anos e contou com a participação de 168 idosos, foi constatada uma redução de até 50% no ritmo de atrofia do cérebro, e uma média de 30%. Entretanto, os pesquisadores dizem que é necessário ser prudente e que é cedo para recomendar a ingestão desse tipo de suplemento vitamínico para os idosos. Antes, é preciso fazer novos estudos e pesar os riscos e os benefícios.
Nos testes médicos foram utilizadas doses 300 vezes superiores ao que é recomendado para a ingestão da vitamina B12 e quatro vezes os níveis recomendados de ácido fólico. Isso significa que a vitamina foi usada como um remédio, e não como um suplemento vitamínico, o que requer testes para saber se há riscos associados.
A vitamina B é encontrada de forma natural na carne e cereais integrais e contribui para crescimento e divisão das células, além de fortalecer o sistema imunológico e manter pele e a estrutura óssea saudáveis. Os pesquisadores administraram doses diárias da vitaminas B12, B6 e B9 (ácido fólico) a um grupo de 84 pessoas, enquanto outro grupo recebeu um placebo (produto com uma substância "de mentira", sem efeito).
Depois de dois anos, os dados apontados demonstraram que os cérebros dos tinham tomado as vitaminas tinham se reduzido menos (apenas 0,76% ao ano) do que os que receberam o placebo (1,08% por ano), o que representa uma diferença de 31%. No caso dos idosos que melhor responderam ao tratamento, o ritmo de redução do cérebro diminuiu 53%.
Aproximadamente 14 milhões de europeus e 5 milhões de americanos têm problemas de memória e outras funções mentais, conhecidas como Deterioração Cognitiva Ligeira, que podem evoluir para Alzheimer. Segundo David Smith, do departamento de Farmacologia da Universidade de Oxford, um dos responsáveis pela pesquisa, "os resultados são espetaculares".
- Esperamos que o tratamento simples e seguro atrase o desenvolvimento da doença de Alzheimer em pessoas que sofrem ligeiros problemas de memória.
Fonte : Agência Efe
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